Jubileu de Marfim: 14 anos do IV Reich

Vyšehrad, Praga, 23 de julho de 2019 – Edição 20

Jubileu de Marfim: 14 anos do IV Reich!

Foi em 21 de julho de 2005 o dia em que o germanismo em língua portuguesa transcendeu ao seu auge com o estabelecimento do IV Reich alemão. Naquele momento a então Nobre Monarquia do Alto-Reino, fundada em 2002 no sudeste da Baviera, estendeu sua reclamação territorial às fronteiras alemãs de 1914 e Munique, capital do Estado predecessor, passaria a receber a corte imperial de Wilhelm III. Era a Restauração Hohenzollern.

Ao longo destes quatorze anos a Alemanha se adaptou aos tempos novos de um micronacionalismo pálido que esforça por continuar com o mesmo ânimo de décadas passadas, mas nem por isso abdicou de adotar princípios elevados de realização de seu propósito histórico-modelista. Tal qual o aço que se fortalece com o tempo, o mesmo se deu com o Reich e suas instituições, embora estas se readequassem às flutuações de um meio micropatriológico líquido, como diria Bauman. O federalismo dos anos iniciais foi revisto em duas outras ocasiões e reassimilado com novas cores; a Constituição emendada e reformada diversas vezes, reestruturando os poderes do Estado; partidos abriram e fecharam com o soprar dos ventos; mas a despeito das idas e vindas de sua cidadania, o país que celebra sua adolescência é uma continuidade sólida de uma prática feita por muitos autores e não só pelas aveludadas e áureas mãos do Kaiser. Há muita paixão coletiva envolvida.

Esta paixão alemã pela excelência do micronacionalismo cobra seu preço, mas contemplando-se o patrimônio moral e histórico acumulado ao longo da caminhada vemos que o saldo é positivo. E é latente a convicção partilhada pelo cidadania alemã de que é sempre possível preservar a tradição sem que isso oxide a máquina do Estado. Que a Alemanha possa vencer o desafio do tempo e continue a ser um farol pacífico, acolhedor, tolerante e dinâmico para a Europa e todo o hemisfério lusófono. Deutschland über alles!

O voo do Cisne

Em meio ao feriado nacional o Palácio Nymphenburg emitiu um decreto do imperador criando a Ilustríssima Ordem do Cisne. Festejando a visita imperial aos mais belos rincões alemães, como o castelo Neuschwanstein, e tendo o cisne branco como ícone da majestática pureza da Alemanha, o Kaiser apresentou ao país os estatutos da nova ordem honorífica destinada a reconhecer o mérito alcançado por alemães e estrangeiros no trabalho diplomático. O dia 2 de abril, por força do mesmo ato, foi declarado Dia da Ordem do Cisne e espera-se dedicar a data para a entrega anual das condecorações aos novos nomeados.

A ascensão do Leão Branco

Na esteira do Dia da Restauração o imperador também elevou a Boêmia a condição de Estado do Reich, privilégio compartilhado também por Luxemburgo, Vestfália e Königsberg. Com o ato, Ferdinand Heinrich, burgrave de Praga e conde de Vyšehrad torna-se o rei Václav V em homenagem ao duque São Venceslau, padroeiro da Boêmia. O Castelo de Praga deverá detalhar nos próximos dias quais serão os primeiros atos do novo monarca, mas em linhas gerais já é conhecido que Václav apresentará os princípios básicos do Estado boêmio que, dentre outros aspectos, ocupar-se-á do trabalho diplomático alemão e a preservação da memória histórica nacional da Boêmia e Morávia.  Para tal, cem mil marcos serão destinados ao novo Estado para o custeio do serviço exterior alemão. O decreto imperial que entronizou o mais novo rei europeu também lhe designou condestável da Ilustríssima Ordem do Cisne, consagrando o portador do escudo do Leão Branco boêmio e quarto na linha de sucessão ao Nymphenburg na figura-chave do funcionamento da máquina imperial. Vida longa ao rei!

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