Editorial – A ciranda dos Estados alemães
Praga. A última semana do mês de fevereiro se inicia e um novo marco da história alemã é alcançado. No ano em que completa 22 anos de fundação, o Reich assiste – pela segunda vez – a ascensão de um grão-duque em Luxemburgo, completando a constelação dos Estados do Império.
A chegada de Filipe Frederico, filho de Bjorn IV da Escandinávia, ao trono luxemburguês eleva para seis o número de monarquias autônomas que constituem a Alemanha e atraem olhares para o país em um momento de novidades. Não apenas pelo fluxo migratório que se acentuou desde o início do ano ou mesmo a recém-criada Comunidade Atlântica, mas desperta certa curiosidade em quem não vive o cotidiano alemão sobre qual o papel praticado pelos Estados no desenvolvimento do projeto nacional do Império.
É comum serem ouvidas declarações exclamativas alegando – sem saber – que as monarquias estaduais seriam estranguladas pelo poder imperial ou que institucionalmente seriam engessadas, sem terem espaço para alcançarem algum nível de singularidade. Tais declarações parecem conter uma crítica desonesta ao modo como a Nação Germânica funciona. A ignorância sobre o funcionamento das instituições estaduais é, seguramente, pecado perdoável.
Diferente do que é comumente visto em outros locais, em que as subdivisões territoriais costumam serem apenas para finalidades administrativas, as unidades subnacionais alemãs buscam ser de uma natureza sociocultural mais diversificada. Salvo as competências exclusivas da superestrutura federativa, que conduz os assuntos domésticos comuns e de ordem diplomática, os Estados imperiais exercem autoridade sobre todos os demais aspectos da vida comunitária em sinergia com as instituições de governo de âmbito nacional.
Além disso, é sempre importante lembrar que a riqueza das micronações se corporifica em seu tecido social. São as pessoas o centro da vida de qualquer país, independente de sua configuração, e no caso alemão não seria diferente. Cabe aos governos estaduais olhar diretamente nos olhos das pessoas e acolhê-las, integrá-las e proporcionarem acesso à plenitude da autorrealização enquanto micronacionalistas, a partir dos espaços que os Estados podem oferecer e aprimorar lançando mão da ampla autonomia que dispõem. Quanto maiores os poderes, maiores são as responsabilidades e o desafio de atender às demandas, bem como articular criativamente as agendas estaduais no sentido de corresponder às necessidades da população local.
O Império Alemão é mais rico e diversificado do que se imagina. No entanto, isso não impede que os mesmos desafios enfrentados por toda a comunidade de micronações de língua portuguesa também se apresentem na vida social alemã. Questões de natureza pessoal, as quais podem afastar sazonalmente um micronacionalista de suas funções, além de circunstâncias ainda mais excepcionais as quais não caberiam em uma lista, são adversidades que não enxergam fronteiras. E os Estados são afetados sensivelmente, cada qual à sua maneira.
São estes, portanto, os desafios que Áustria, Baviera, Boêmia, Hanôver, Prússia, e agora Luxemburgo, devem encarar a todo instante, sem que isso envolva negligenciar os compromissos da nacionalidade alemã.
A equipe do VN parabeniza a ascensão de Sua Sereníssima Alteza Imperial e compartilha seus votos de vida longa e sucesso ao Grão-Duque no seu desempenho institucional à frente de Luxemburgo.
Cerimônia reúne coroados em Luxemburgo
Cidade de Luxemburgo. O Palácio Grão-Ducal divulgou o rito realizado para marcar a chegada de Filipe VI e de Maria Carolina de Vyšehrad ao trono luxemburguês. O texto a seguir foi distribuído pelo cerimonial local e narra a solenidade ocorrida na capital do Grão-Ducado.
Às 8h00 da manhã do vigésimo quarto dia do mês de Fevereiro do ano de 2024, Suas Sereníssimas Altezas Imperiais os Grão-Duques de Luxemburgo se encontravam no aguardo do seu clássico Rolls-Royce Phantom IV que seguiria percurso que se inicia no Castelo de Berg, nos arredores da capital, e finaliza na Cidade de Luxemburgo para a solenidade da Fala do Trono do Grão-Duque.
Quando os sinos badalaram 9 vezes, marcando as 09h00 da manhã, o veículo chegou no Castelo de Berg, levando os Grão-Duques para o Palácio Grão-Ducal.
O ingresso dos convidados ao Palácio se iniciou com a abertura de suas portas às 09h30 da manhã, o Marechal da Corte Grão-Ducal anunciou a chegada dos membros das delegações, iniciando pela família do Grão-Duque e da Grã-Duquesa Consorte, a Casa Reinante de Nyttland da Escandinávia e Livônia, iniciando a entrada por seu pai, S.M. o Rei dos Nórdicos, Duque da Livônia e Protetor do Norte, seguido de seu tio, Sir Fellow Nyttland, Duque de Skåne e em sequência seu irmão, S.M.I. o Imperador de Deltária.
Logo após a entrada da delegação escandinava era a vez da entrada da família da Grã-Duquesa Maria Carolina, SS.MM. o Rei e a Rainha da Boêmia.
Em seguida deu-se entrada ao filho do casal Grão-Ducal, S.A.S. o Príncipe Soberano de Liechtenstein.
Neste momento, a família grão-ducal aguardava a chegada de Sua Imperial e Germânica Majestade, o Imperador Alemão, que chegou acompanhado pelos monarcas dos Estados Imperiais, SS.MM. o Rei de Hanôver e o Rei da Prússia, e S.S.A.I. o Arquiduque da Áustria.
À continuação, entraram os demais monarcas e Chefes de Estado: SS.MM. o Rei da Itália, o Rei de Bauru e São Vicente, o Rei e a Rainha da França, o Rei de Portugal, a Rainha e o Príncipe Consorte do Manso, o Rei e a Princesa Consorte da Kováquia, S.B. o Patriarca do Vaticano e S.S.A.R. o Príncipe de Jersey, seguido dos demais membros da nobreza alemã.
Às 10h em ponto, hora local, o cântico de entrada anunciava a chegada e ingresso de Suas Sereníssimas Altezas Imperiais na Sala do Trono. O cerimonial começa pela apresentação do Grão-Duque ao Imperador Wilhelm III, que o conduziu ao longo do juramento de lealdade e dever ao Império Alemão.
Diante da assembleia reunida na magnífica Sala do Trono do Palácio, o Grão-Duque Philipp ergueu a mão em juramento, prometendo com solenidade governar o povo luxemburguês e todos os territórios sob seu domínio. Ele se comprometeu a respeitar os sagrados laços de proteção que o unem aos seus súditos, garantindo-lhes segurança e justiça.
Com a voz firme, o Grão-Duque declarou seu compromisso de cumprir e fazer cumprir as leis do Grão-Ducado e as determinações imperiais, buscando sempre o bem-estar comum e a integridade do Estado. Ele jurou lealdade ao Imperador e seus sucessores, prometendo manter o Grão-Ducado de Luxemburgo unido ao Império em uma união indissolúvel, trabalhando incansavelmente pela paz e harmonia entre seus territórios.
O juramento ecoou pelo salão enquanto o Grão-Duque, com a mão sobre a espada, aceitou a responsabilidade de ser o guardião da fé, dos costumes e do povo luxemburguês. Tendo feito o juramento, o Grão-Duque foi conduzido solenemente ao trono sendo observado de perto por seu pai, o Rei da Escandinávia e pelo Imperador Alemão em uma cena repleta de grandiosidade e tradição.
Foi então que Sua Germânica Majestade Imperial, representando a autoridade suprema do Império Alemão, cingiu a cintura do Grão-Duque com a Espada Grão-Ducal, símbolo da força do Estado e do poder do povo, a qual foi-lhe entregue como um emblema de sua autoridade e compromisso com a proteção e defesa do Grão-Ducado.
Após ser cingido, se assentou no trono e um silêncio solene pairou sobre a assembleia.
E então, em uma voz firme e solene, Sua Germânica Majestade Imperial proclamou em alto e bom som: “Que o Grão-Duque viva para sempre!”. Foi o momento culminante da cerimônia, quando o Grão-Duque Philipp foi abençoado pela tradição e pela bênção do Poder Imperial.
Após a cerimônia e o juramento solene do Grão-Duque, todos os nobres alemães se reúnem ao redor do trono. O Imperador, erguendo-se com dignidade à direita do recém-coroado, colocou sua mão sobre o ombro do Grão-Duque, simbolizando sua proteção e reconhecimento como parte integrante do Império Alemão.
Diante desse cenário imponente, em sua posição de autoridade, dirige-se ao Grão-Duque com reverência: “Por qual nome régio quereis ser conhecido, Vossa Sereníssima Alteza Imperial?”. E o Grão-Duque respondeu com firmeza e determinação:“Philipp Frederik, o sexto de meu nome”.
Após isso todos os presentes saúdam o novo Grão-Duque dizendo em alta voz:
“Que viva para sempre!”.
A cerimônia foi encerrada com a execução do hino luxemburguês. Durante sua execução foi hasteada no mais alto mastro sobre a Catedral Notre-Dame e em todas as residências oficiais a bandeira do Grão-Ducado de Luxemburgo. Na sequência, todos os convidados se direcionaram para o aceno dos Grão-Duques na sacada do Palácio.
Após os Grão-Duques cumprimentarem o povo, partiram para um brunch, organizado pelo Serviço do Palácio. Com um menu centrado nos melhores produtos luxemburgueses da época, foi servido aos convidados croissants recém-assados, pães de cereais integrais e baguetes crocantes, servidos com manteiga, geleias caseiras e mel luxemburguês, uma seleção de queijos luxemburgueses artesanais, incluindo o famoso Kachkéis, Rieslingkéis e Quetschentaart, combinado com a charcutaria regional, fatias finas de presunto de Ardennes, salame de porco-preto e salsichas luxemburguesas tradicionais, acompanhadas de mostarda luxemburguesa e picles caseiros.
Para o prato principal, o tradicional Wäinzoossiss mit Bounen que consistem em salsichas de vitela luxemburguesas cozidas lentamente em vinho branco, servidas com feijão verde e purê de batatas. E para sobremesa, Pain d’Épices, um bolo de especiarias luxemburguês, aromatizado com mel, canela, gengibre e noz-moscada, decorado com glacê real e uma variedade de frutas frescas, que foram colhidas antes do petit-déjeuner.
Já no que respeita a bebidas, os convidados puderam brindar com os melhores champanhes, sendo o destaque entre eles, o luxemburguês produzido ao longo do Rio Moselle, o Crémant de Luxembourg Cuvée Royale, produzido especialmente para o Grão-Duque Philipp, os presentes também puderam desfrutar de um Chateau Lafite Rothschild 1990 que foi servido a par do mais conceituado gin do mundo, o Watenshi.
Conhecendo um pouco sobre o Grão-Duque
- Nome completo: Filipe Frederico Björnsen Neuland de Riedenberg (filho primogênito do rei Bjorn IV da Escandinávia)
- Cônjuge: Maria Carolina de Vyšehrad-Neuland (filha do rei Venceslau V da Boêmia)
- Casa Dinástica: Neuland
- Nascimento: 25/04/1998 (no micronacionalismo desde 05/02/2021, pela Escandinávia)
- É também ministro imperial das Finanças e senador imperial