Editorial – Um país diverso, democrático e reformista
Praga. A sociedade germânica sempre foi, notadamente, heterogênea nos mais diversos aspectos e tal natureza é vivenciada por seus cidadãos de forma totalmente singular no transcurso do tempo. Naturalmente que a percepção do ambiente político alemão recebe os efeitos dos indicadores de engajamento social, da disponibilidade de tempo dedicado por seus atores e o perfil demográfico que a população apresenta. Todos estes fatores exercem influência sobre o comportamento da cidadania, mas não silencia a polifonia que se observa no cotidiano do país.
A mais recente pesquisa do Noviny apresenta dados interessantes acerca do modo de ser-político do cidadão alemão, especialmente quando pareado pela identificação (ou não) com os partidos que surgiram nos últimos dez anos. Interessante pensar que o Império, embora se esforce por vocalizar a diversidade regional e tornar mais complexo o espírito de nacionalidade, apresenta uma forte coesão em torno do projeto democrático, embora a lembrança da última eleição legislativa (ocorrida em 2021) esteja começando a se enfraquecer.
Talvez este seja, então, o momento oportuno para a pesquisa (a primeira de uma série de futuras consultas) para o cidadão alemão olhar-se novamente no espelho e melhor reconhecer a si e aos outros como participantes de um ecossistema sociopolítico amplo e diverso, que enxerga de forma diferenciada a maneira como o país deve prosseguir no seu contínuo aprimoramento, ainda mais agora que a normalidade institucional foi recuperada após os meses de Sede Vacante.
Os dados mostram que há uma visão de futuro querendo se desenhar, traçadas por outras mãos e empregando um colorido diferente de tintas. Também percebe-se que projetos políticos alicerçados nos termos clássicos conhecidos pelo senso comum parecem, igualmente, não espelharem claramente as concepções de país e visão ideológica que eram conhecidas por uma parte da sociedade.
Para um primeiro trabalho deste gênero, o Noviny dá a largada para a Alemanha pensar mais a seu respeito, ainda mais considerando o público alcançado. Um país que deseja sempre se apresentar como uma sociedade plural, construída por vários atores e não somente centrada na figura do Kaiser necessita estar em contato com as diferentes nuances que permeiam o espírito nacional acomodadas sob o manto do anonimato.
Para lograr tal cenário, seguramente, há muito trabalho à frente para as lideranças se afirmarem como influenciadores que possam canalizar a atenção pública para novas direções, mas como em qualquer projeto coletivo a longa caminhada de mil quilômetros sempre se inicia com um primeiro passo. Esta pesquisa é, certamente, um primeiro movimento nesse sentido e será interessante observar o modo como estes dados poderão variar nos próximos levantamentos.
Boa leitura!
1ª pesquisa de cenário político mostra campo fértil para mudanças
Praga. O atual ecossistema partidário alemão não reflete inteiramente a visão de mundo da sociedade, assim como também certas siglas ainda conservam certa simpatia (ou antipatia) da opinião pública. De todo modo, a pesquisa do Noviny revela o interesse partilhado por um senso de renovação que parece acompanhar o ímpeto de novidade que vinha sendo percebido nos últimos anos e que agora, no novo reinado, poderá crescer.
A população foi perfilada a partir de três parâmetros: partidário, ideológico e demográfico (destacando-se faixa etária, gênero e escolaridade). Os diferentes padrões de respostas obtidos sinalizaram um pouco da geografia humana alemã na atualidade e serão úteis para o futuro próximo do país. Vejam a seguir os dados obtidos.
Recorte partidário
Das siglas partidárias abaixo, de quais você se recorda? (o questionário admitia mais de uma possibilidade de resposta)
- Aliança Democrática Cristã (ADC) – 33,3%
- Aliança Social-Democrática (ASD) – 33,3%
- Partido do Centro (Zentrum) – 33,3%
- Partido Federalista dos Povos Alemães – (PFPA) – 33,3%
- União Popular Tradicionalista (UPT) – 55,5%
- Nenhuma – 11,1%
Se as eleições fossem hoje, em qual sigla você votaria?
- Aliança Democrática Cristã (ADC) – 11,1%
- Aliança Social-Democrática (ASD) – 11,1%
- Partido do Centro (Zentrum) – 0%
- Partido Federalista dos Povos Alemães (PFPA) – 33,3%
- União Popular Tradicionalista (UPT) – 33,3%
- Nenhuma – 11,1%
Se as eleições fossem hoje, em qual sigla você não votaria?
- Aliança Democrática Cristã (ADC) – 10%
- Aliança Social-Democrática (ASD) – 10%
- Partido do Centro (Zentrum) – 0%
- Partido Federalista dos Povos Alemães (PFPA) – 20%
- União Popular Tradicionalista (UPT) – 40%
- Nenhuma – 20%
Você acredita que a Alemanha precisa de uma reestruturação partidária?
- Sim, precisamos renovar as siglas – 66,7%
- Não, podemos manter como está – 33,3%
- Nenhuma das opções – 0%
Recorte ideológico
Como você se identifica politicamente?
- Esquerda – 20%
- Centro-esquerda – 30%
- Centro – 30%
- Centro-direita – 10%
- Direita – 0%
- Nenhum – 10%
Quais dos seguintes termos melhor descrevem sua visão política? (o questionário admitia mais de uma possibilidade de resposta)
- Autoritário – 11%
- Comunista – 0%
- Liberal – 44,4%
- Libertário – 0%
- Progressista – 66,7%
- Socialista – 11,1%
Quais são as três questões mais importantes para você nestas eleições?
- Sistema econômico – 11,1%
- Sistema educacional – 11,1%
- Identidade cultural – 22,2%
- Integração internacional – 55,6%
- reforma constitucional – 44,4%
- Recrutamento de novos cidadãos – 44,4%
- Conclusão dos conteúdos do site – 11,1%
Recorte demográfico
Qual sua faixa etária?
- Menos de 18 anos – 0%
- 18-24 anos – 22,2%
- 25-34 anos – 55,6%
- 35-44 anos – 11,1%
- 45-54 anos – 11,1%
- 55-64 anos – 0%
- 65 anos ou mais – 0%
Qual é o seu gênero?
- Masculino – 88,9%
- Feminino – 11,1%
- Prefiro não responder – 0%
Qual a sua escolaridade?
- Ensino Fundamental – 0%
- Ensino Médio – 0%
- Ensino Superior – 66,7%
- Pós-graduação – 33,3%
Klagenfurt é convidado para formar um novo Governo
Thomasstadt. Na noite do último dia 25 o burgrave Konrad Otto de Klagenfurt foi chamado ao Castelo de Praga pelo Imperador. Segundo fontes do palácio, o nobre austríaco recebeu do monarca o convite para assumir a Chancelaria Imperial e liderar a formação de um novo governo para a Alemanha.
Economista e ex-chanceler, Klagenfurt tem uma longa biografia de serviços ao país. É filho do falecido imperador Guilherme III, serviu na Chancelaria e no Parlamento em diversas ocasiões e seus últimos trabalhos foram na Autoridade Monetária criada no âmbito do Tratado de Malmö.
Nos próximos dias o nominável para ocupar a Residenz Münchner, sede do Governo Imperial, deverá se movimentar mais abertamente sobre a formação da equipe e talvez lançar alguns dos parâmetros do que poderá se converter na agenda da administração imperial. Não há uma data acertada para sua nomeação e posse, mas é esperado que aconteça nos próximos dias.
Homenagens marcaram o feriado nacional da Restauração
Thomasstadt. O 19º aniversário da Restauração (não confundir com a Fundação do Império, a data magna do país), celebrado no último dia 21 de julho, foi marcado por homenagens a cidadãos ilustres da Alemanha. Foi nesta ocasião que o imperador Fernando V pôde, pela primeira vez desde sua coroação ocorrida no início de junho, prestar seus respeitos a nomes de especial significado para Reich.
A imperatriz Juliana, o rei Jorge Augusto de Hanôver, o grão-duque Filipe VI de Luxemburgo e o príncipe Karl Gustav receberam nomeações para títulos nobiliárquicos e diversas condecorações. O nome do falecido imperador Guilherme III também foi listado entre os homenageados.
Colóquios do Rio de Janeiro e visitas oficiais assinalam retomada da agenda diplomática alemã
Rio de Janeiro e Thomasstadt. Durante sua passagem pela cidade do Rio de Janeiro na primeira quinzena deste mês, o imperador Fernando V manteve encontros de alto nível com autoridades estrangeiras. Aproveitando um breve período de férias em terras cariocas, o Imperador encontrou-se com o príncipe Carlos Eusébio de Liechtenstein e com o rei Rodolfo II da Kováquia.
Em ambas ocasiões foram abordados temas de relevância para a Alemanha e seus interlocutores estrangeiros, como também recebeu atenção a atual situação do cenário internacional, especialmente na vizinhança europeia. Iniciativas conjuntas em campos estratégicos e projetos de cooperação circularam sobre a mesa, ações que serão objeto de instrumentos bilaterais a serem oportunamente assinados.
Também está em terras germânicas o rei Abbas da Escorvânia em sua primeira passagem pelo Reich e inaugurando um ciclo de visitas oficiais de mandatários estrangeiros ao país. O amistoso relacionamento germano-escorvanês existe há muitos anos e é esperado que a presença da comitiva real represente uma maior abertura alemã para o diálogo com as demais nações do continente asiático.
Fontes da Secretaria Imperial de Relações Exteriores informaram ao Noviny que os encontros bilaterais do Kaiser, além de iniciarem sua agenda diplomática, também buscam recolocar a Alemanha no cenário internacional, cuja presença geopolítica foi sensivelmente afetada pelo falecimento inesperado do imperador Guilherme III.
A equipe da Secretaria também comunicou que outras visitas oficiais à Alemanha são esperadas para um futuro próximo, com as atenções da Ballhausplatz – sede do Conselho Imperial de Relações Exteriores em Viena – para a região do Mar Mediterrâneo. A abertura de embaixadas alemãs junto de Estados estrangeiros consta na lista de ações da diplomacia imperial.