Editorial – Cartografia, a arte de representar o mundo
Thomasstadt. Cartografia, como o nome sugere, refere-se à arte (outros dirão ciência) da elaboração de mapas. Desde tempos imemoriais, as sociedades empenharam-se em documentar a forma e a extensão do mundo, reconhecendo nos mapas de formas e linguagens variadas aquilo que os sentidos identificavam como sendo pertencente à realidade vivida por aquela sociedade.
Naturalmente, os mapas são uma expressão da cultura de um povo em um certo momento histórico. São, por assim dizer, etnocêntricos e instrumentos ideológicos, traduzindo a forma do mundo a partir das representações que aquelas sociedades reconheciam como mediadoras de sua interação com o mundo. Questões sobre a precisão de proporções, medidas ou distâncias é o que menos importa na hora de olharmos os mapas.
Cartografar também não se limita, no ponto de vista geográfico comumente lembrado, para fazer um mapa como aqueles de um atlas. Fazer cartografia é um modo de nos perceber no mundo em suas inesgotáveis formas de relacionamentos que estabelecemos enquanto parte da sociedade. Fazer um mapeamento é, portanto, sinônimo de identificar, reconhecer, encontrar, integrar, descobrir, aproximar, desvelar, demarcar e tantos outros verbos possíveis para significar o movimento de perceber aquilo que existe na forma como se encontra frente as possibilidades do real.
A Alemanha, como todas as demais micronações da lusofonia, está continuamente cartografando o micronacionalismo, tentando encontrar (e ser encontrada) nas variadas formas de representar seu modo de existir. Já não basta a tradicional emissão de um documento (o famoso “reconhecimento diplomático”), tantas vezes expedido, para indicar a existência de uma micronação. Na realidade presente, todos buscamos mais do que o burocrático: buscamos aparecer no mapa. Tanto no sentido literal (quando há a disponibilidade técnica para fazê-lo), como no simbólico, e das mais variadas formas.
O novo ano que começa parece sinalizar para uma busca pelo fazer notar aquilo que não é frequentemente lembrado nos mapas. Refiro-me a reencontrar os cidadãos que permanecem conectados ao ideal da nação apesar do tempo e dos obstáculos; reencontrar as fundações originárias das micronações que tanto entusiasmaram seus membros desde o primeiro amanhecer como parte da comunidade; reencontrar meios de alinhar a tradição clássica do micronacionalismo em língua portuguesa com as novas formas de fazer a lusofonia nas características da vida contemporânea.
O Noviny anseia aos seus leitores que 2025 seja um ano para novos mapas no micronacionalismo, pois as linhas estão sempre sendo reescritas e sempre há um algo a mais para ser percebido no nosso mundo.
Boa leitura!
Entrevista: Príncipe Karl Gustav, ministro imperial de Finanças
Munique. No momento em que o Governo alemão mobiliza seus esforços para normalizar o funcionamento da economia, o Noviny tem o prazer de receber Sua Alteza Imperial, o burgrave de Litoměřice, Karl Gustav von Vyšehrad, para uma entrevista exclusiva para avaliar o cenário do país, os desafios enfrentados pelo Governo neste início de ano e não deixa de se posicionar criticamente acerca daquilo que identifica como pontos a serem melhor abordados pelo poder público. A entrevista foi concedida na sede do ministério, em Munique.
Noviny – Boa noite, Alteza. Como o senhor avalia a atual situação da economia alemã?
Litoměřice – Boa noite! Antes de responder à sua pergunta, permita-me expressar minha gratidão pelo convite para esta entrevista com um dos mais estimados e tradicionais jornais da Alemanha, que tanto enriquecem nossa imprensa nacional. Tenho certeza de que será uma conversa proveitosa e esclarecedora.
A economia alemã apresenta um panorama bastante promissor. Nos últimos anos, houve avanços recentes que transformaram profundamente a estrutura econômica do nosso Império. A introdução de uma nova ordem econômica, aliada a uma moeda forte e estável, foi um marco que trouxe segurança e confiança aos agentes econômicos. Além disso, a criação de uma plataforma bancária eficiente e inovadora, que possibilitou o câmbio entre diferentes moedas no setor lusófono, destacou-se como uma conquista de grande relevância.
Essas iniciativas não ficaram apenas no papel. Elas foram inovadoras com sucesso, como demonstram o expressivo número de pedidos de registro de casas de câmbio. O que muitos consideravam uma utopia teórica tornou-se realidade. Para mim, isso reflete a força e a resiliência da economia alemã e a visão estratégica de seus agentes políticos.
Ainda assim, reconheço que há muito trabalho pela frente. Um dos nossos maiores desafios é promover uma circulação mais dinâmica da moeda. Hoje, enfrentamos uma realidade em que o governo atua como o principal distribuidor e arrecadador de dinheiro: ele paga as finanças, as pessoas acumulam os recursos e, em seguida, parte desse dinheiro retorna ao governo por meio de taxas e impostos. É um círculo vicioso, não é? Nossa missão é romper com essa lógica, desenvolvendo políticas e mecanismos que fomentem o fluxo contínuo de recursos na sociedade, gerando maior autonomia e oportunidades para os indivíduos.
Pensando neste cenário que o senhor apresentou como um círculo vicioso, quais poderiam ser as iniciativas que o Governo pensa em promover para reverter a situação mencionada?
Certamente, a metáfora do círculo vicioso nos dá uma visão clara dos desafios enfrentados. Contudo, também nos lembra que desafios são oportunidades disfarçadas. O Governo está comprometido em quebrar essa dinâmica por meio de iniciativas que incentivem a circulação saudável e sustentável da riqueza.
Um exemplo promissor é o programa habitacional, um projeto amplamente debatido há pelo menos cinco anos, mas que, infelizmente, permaneceu apenas no papel. Estudos conduzidos por organizações parceiras em estágio bastante avançado, sugerem que estão este programa tem o potencial de criar um mercado habitacional robusto, além de fomentar o nascimento também de um setor hoteleiro. Essas iniciativas podem gerar empregos, atrair investimentos e aí sim promover um ciclo virtuoso de desenvolvimento econômico e social.
Porém, para avançarmos nesse sentido, é imperativo superar o entrave orçamentário que herdamos. A falta de pagamento ao funcionalismo público desde dezembro de 2021 é um reflexo direto da má gestão dos governos que nos precederam, e reverter esse quadro é uma prioridade absoluta. Uma vez que consigamos regularizar a situação, será possível redirecionar esforços e recursos para projetos como o programa habitacional, que representam um passo concreto para revitalizar a economia e fortalecer a autonomia dos indivíduos.
Há vontade política para avançar tais projetos ou há algum tipo de empecilho que necessita de atenção prioritária?
Existe certo entusiasmos político para avançar com projetos estruturantes como esse. O atual governo reconhece o impacto transformador que iniciativas como o programa habitacional podem ter na economia e na qualidade de vida dos cidadãos. É justamente esse compromisso que nos motiva a enfrentar os desafios que ainda se apresentam.
Dito isso, também é verdade que existem impedimentos que exigem atenção prioritária. A questão orçamentária, que já citei anteriormente, é um desses obstáculos. Herdamos uma situação fiscal delicada, agravada por processos jurídicos por movimentações jurídicas de agentes oportunistas. Veja, essa situação não apenas afeta diretamente nossos servidores, mas também compromete a confiança nas instituições e a capacidade do governo de implementar novos projetos de forma eficaz.
Nosso foco, portanto, tem sido atuar em duas frentes: primeiro, estabilizar as finanças públicas, com medidas que assegurem a regularização da folha de pagamento e o fortalecimento da arrecadação. Em paralelo, estamos promovendo ajustes em parceria com a Autoridade Monetária Alemã para criar um ambiente favorável ao avanço desses projetos.
Acreditamos que, ao vencer esses desafios imediatos, poderemos dar passos firmes em direção à implementação de iniciativas que tragam resultados concretos e duradouros para a sociedade. Afinal, o compromisso com o progresso e o bem-estar dos cidadãos é o que guia nossas decisões.
Há comentários de que diversos países europeus têm sinalizado interesse na Área Malmö, especialmente nas possibilidades de articulação e intercâmbio das diferentes economias. Como o senhor avalia este cenário?
Recebo esses comentários com grande satisfação, pois são uma demonstração clara do impacto positivo que a Área Malmö tem gerado no cenário internacional. No entanto, devo admitir certa surpresa – e até mesmo tristeza – ao estar sendo informado dessa movimentação por meio da imprensa, o que evidencia uma desconexão que persiste entre este Ministério e os designíos diplomáticos conduzidos pelo CIRE.
Dito isso, é inegável o orgulho de ver o trabalho árduo e visionário das nossas autoridades sendo reconhecido internacionalmente. A perspectiva de articulação e intercâmbio entre economias tão diversas é uma grande oportunidade para o crescimento mútuo e para a construção de uma comunidade mais unida e interligada.
Gostaria de reiterar que este Ministério está plenamente à disposição para colaborar com o CIRE e com qualquer país europeu interessado em fazer parte deste projeto transformador. Estamos prontos para contribuir ativamente para o avanço desse diálogo em direção a um futuro mais integrado e promissor.
Pensando o que o senhor apontou (de uma melhor comunicação entre as instituições públicas) que outros aspectos o Governo identifica como sendo importantes para um melhor funcionamento do país?
O básico bem feito ainda pode muito em seus efeitos. Acredito que pequenas ações, como a realização de alinhamentos regulares – quinzenais ou mensais – entre as lideranças das diversas instituições e repartições públicas, podem ser o ponto de partida para um funcionamento mais integrado e eficiente do país. É nesse espírito que devemos avançar: buscando soluções simples, mas com grande impacto.
No que diz respeito ao CIRE, sua autonomia e independência do Governo Imperial são plenamente compreensíveis e, de fato, estratégicas para garantir que a diplomacia permaneça acima de interesses partidários. No entanto, essa estrutura tem os seus desafios. Enquanto instituições como o Senado e a Dieta operam com uma transparência marcada por ordens do dia e sessões abertas ao público, o CIRE atua de maneira quase sigilosa. Este modelo, embora pragmático, por vezes dificulta a necessidade de sinergia entre os órgãos do Estado.
Propor reuniões de alinhamento, bullets informativos ou mesmo memorandos compartilhados pode ser uma abordagem conciliadora e produtiva para aproximar o CIRE, o Governo ou quem quer que seja, das demais instituições, sem comprometer suas respectivas autonomias. Tratar-se de construir pontes, fortalecer a comunicação e garantir que todas as partes do governo operem com o mesmo horizonte de prioridades e objetivos. Afinal, um Estado que se comunica bem consigo mesmo é um Estado que governa melhor para o povo.
Alteza, agradecemos imensamente sua disponibilidade para esta entrevista e deixamos o espaço aberto para suas considerações finais.
Agradeço imensamente ao Vyšehard Noviny pela oportunidade de dialogar com os leitores e, por meio desta entrevista, compartilhar algumas das perspectivas e desafios que enfrentamos enquanto governamos. A vida pública é um reflexo direto do engajamento de cada cidadão, e o sucesso de nossas políticas e instituições depende da participação ativa de todos.
Vivemos em tempos de grandes transformações e também de grandes oportunidades. Nosso papel, como servidores do Reich, é liderança com responsabilidade, visão e compromisso. Mas essa condução só se torna verdadeiramente significativa quando contamos com uma população informada, envolvida e ativa. Por isso, faço aqui um apelo aos nossos cidadãos: participem mais da vida política e partidária do nosso país. Os partidos não são apenas ferramentas de governo, mas também espaços onde ideias, valores e projetos para o futuro do Reich são construídos
O Reich Alemão é a soma de nossas ações individuais e coletivas. Quanto maior o envolvimento da sociedade, mais forte será a nossa democracia e mais sólido será o legado que deixaremos às gerações futuras. Reafirmo aqui meu compromisso com os valores que guiam nosso trabalho e com a construção de um futuro promissor e próspero.
Muito obrigado pela confiança e atenção de cada um de vocês. Sigamos juntos, sempre adiante, em nome do progresso e do bem-estar de nossa pátria.
Geopolítica em tópicos
- 2025 mal começou e o cenário internacional está agitado com o discreto mundo da correspondência diplomática fluindo de forma generosa;
- Após quatro anos de embargo imposto – e não tão respeitado como deveria – pelo Congresso de Füssen, o príncipe Augusto Henrique foi reincorporado à comunidade internacional e retomou o acento do Principado de Andorra na principal entidade geopolítica europeia;
- Em meio aos festejos de Réveillon, com a lusofonia amanhecendo no Ano-Novo de ressaca de cidra, Espanha conheceu seu novo rei, sucedendo o emérito monarca Duncan III e seu herdeiro aparente, o príncipe Gustavo de Astúrias, ambos desaparecidos. O sucessor? O Príncipe dos Vales de Andorra;
- Na mesma proclamação que anunciou à Europa e ao mundo a ascensão do novo monarca, Augusto Henrique anunciou a fusão do Reino de Espanha com o Principado de Andorra, originando a Coroa de Aragão como Estado sucessor. A comunidade internacional reconheceu o novo país com entusiasmo que não era visto desde à chegada ao trono do seu desvanecido predecessor em data já esquecida;
- E Duncan III? Ninguém tem notícias do paradeiro daquele que era rei de duas nações. A esta altura dos eventos não há mais expectativas sobre seu reaparecimento o que aponta para o próximo cenário: cairá também seu último trono – o Reino de Alba – atualmente sob regência do rei normando, Carlos III;
- Nova Normandia, por sua vez, não parece muito satisfeita com realidade vigente. Além do território original (as Ilhas do Canal da Mancha), há um ano vem investindo seus esforços no alargamento de dependências no conjunto das Ilhas Britânicas e em uma possível ampliação em direção à plataforma continental;
- De um lado há o discurso oficial de que a Coroa normanda estuda reduzir seus territórios, mas descreve movimentos concretos de negociação de territórios na Bélgica e Jutlândia visando ajustar narrativas ou alinhar certas titularidades sob alegações frágeis de sentido e razoabilidade. Fala-se até mesmo em “salvar” o micronacionalismo em certos comentários normandos. A conferir;
- A Questão Cipriota foi a primeira controvérsia do ano e esbarrando em conteúdos bastante sensíveis. De um lado, ressurgiu uma monarquia – o Reino do Chipre – herdeira de uma antiga nação cruzadista existente no território que hoje pertence legitimamente à Escorvânia – o Reino Latino de Nova Jerusalém. Do outro, a descoberta praticamente acidental de que o território era coabitado por um outro projeto nacional praticamente desconhecido – o Sultanato Otomano do Chipre;
- Com mediação alemã e escorvanesa a situação foi resolvida diplomaticamente através da Declaração de Nicósia e o outrora Chipre otomano cedeu passagem – e a ilha – ao Estado de inspiração hierosolomita. O entusiasmo (e o timming dissonante) de uma parte da imprensa acabou gerando animosidades no Mediterrâneo Oriental a respeito da narrativa dos fatos na Ilha de Chipre. A questão, agora, parece arrefecida mas sob monitoramento;
- A situação no Chipre também desencadeou uma onda não de “fake news”, mas de erros de interpretação (não intencionais de uns, dissimulado de outros) sobre o real status jurídico do novo país: sua vassalagem ao Império Alemão. Ao que parece a situação demandada pelo rei cipriota Michael I ao Kaiser foi compreendida como uma anexação e a submissão de Nicósia como um dos estados germânicos. A situação foi desmentida pelas autoridades envolvidas ouvidas pelo Noviny: o Chipre é um país independente. Aguarda-se para em breve, com a plena operação do reino cipriota, que seu status fique ainda mais evidenciado pela adoção de uma constituição pelo novo Estado;
- Após muitos anos de hostilidade e afastamento, Alemanha e Pathros restabeleceram relações diplomáticas e há um agradável clima se estabelecendo na comunicação entre o Palácio das Pérolas, em Corinto, com o Castelo de Praga, em Thomasstadt. Uma virada de página mais do que bem-vinda;
- A Escorvânia respira com mais tranquilidade após receber notícias do Kfah Abbas I. Ao longo da semana o monarca semita perdeu completamente o contato com o mundo e uma regência de emergência foi instalada para preservar a ordem institucional do país. Temendo questões ainda mais sensíveis, finalmente chegou a notícia que trouxe alívio para a família real e países próximos: o impedimento momentâneo do rei escorvanês foi uma falha tecnológica fulminante e a comunicação será restabelecida ao longo dos próximos dias;
- O Congresso de Füssen completa, neste início de semana, 5 anos de fundação. Embora tenha experimentado um esfriamento de sua atuação a partir de 2022, ainda representa um dos maiores legados do falecido imperador Guilherme III. Há rumores de países manifestando interesse em aderir à entidade, alargando sua representatividade continental;
- Na mesma esteira, o Pacto de Malmö parece ganhar maior fôlego após a falência da iniciativa responsável pela criação da Comunidade Atlântica (que abrangeria Alemanha, Liechtenstein, Bauru e São Vicente, e o Manso). As possibilidades de integração econômica e a área de livre circulação de pessoas através da Plataforma Micronações – estabelecida pelo acordo – estão ganhando simpatia entre nações europeias.
Gabinete Klagenfurt continua com sua agenda doméstica
Munique. O governo liderado pelo chanceler Konrad Otto von Klagenfurt recebeu uma dose de entusiasmo após ser mantido no cargo pelo imperador e pelo voto de confiança do Senado. Com nova composição, o desafio econômico é o que mais vem testando os nervos da Residenz.
O ponto nevrálgico de maior tensão é a lei orçamentária de 2025, na qual são previstas as receitas e as despesas do poder público do Império. O problema é o enorme vazio deixado por três anos seguidos (!) sem pagamento de salários e nem recolhimento de impostos. Parte da questão é compreendida por fatores de ordem tecnológica (o funcionamento do Reichsbank é através da Plataforma Micronações), mas houve dificuldade das gestões anteriores em normalizar a movimento de moeda por razões de ordem política e administrativa.
Para além das questões do campo monetário, a Chancelaria está se preparando para o novo recenseamento da população. A última consulta ocorreu há exato um ano, com vistas à implementação dos mecanismos representativos da Comunidade Atlântica. Em breve, o Governo Imperial terá informações mais atualizadas sobre a demografia germânica, como está distribuída pelo país, sua faixa etária e antiguidade desde sua chegada.
Grão-duque abdica e surpreende a Nação
Cidade de Luxemburgo. O grão-duque Filipe VI de Luxemburgo surpreendeu seu estado e todo o país com sua inesperada abdicação. Em mensagem publicada em 16 de janeiro, às vésperas de completar o primeiro ano de reinado (em 22 de fevereiro próximo), o agora ex-monarca e genro do Imperador comunicou que estava deixando Luxemburgo em favor da filha, a princesa Charlotte Amália, indicando certa dificuldade em preservar os interesses da população luxemburguesa.
Diante da renúncia, a Coroa se manifestou através da Intendência do Margrave de Königsberg, a qual acolheu o desejo expresso pelo agora conde Philipp Frederik von Riedenberg de indicar sua filha à sucessão. No entanto a princesa não será entronizada de imediato. Por decisão de Riedenberg, o príncipe liechtensteinense e seu primogênito assumirá a regência do trono luxemburguês enquanto Charlotte Amália é preparada para assumir o grão-ducado em data a ser confirmada.
Encontro boêmio-hanoveriano em São Paulo às vésperas do memorial do imperador Guilherme III

São Paulo. No mês que abriga o natalício imperial, no dia 31, e faltando um mês para o primeiro aniversário de morte do imperador Guilherme III, a cidade de São Paulo acolheu o encontro do Kaiser com o rei Jorge Augusto de Hanôver, que entre muitos títulos é também vigário imperial da Germânia e chefe (licenciado) do Poder Judiciário alemão.
A última vez que encontraram-se foi há quase dez anos, na mesma cidade. Regados a vinho argentino em um jantar informal, mas revestido por solene nostalgia das duas décadas de amizade, os dois coroados discutiram temas variados, desde a recente demanda judiciária contra o Governo provocada pela questão dos salários atrasados, como a agenda internacional do país.
Respeitando a harmoniosa separação dos Poderes, o Imperador e o monarca hanoveriano acordaram a iminente necessidade do mesmo retomar suas funções à frente do Judiciário para despachar as ações movidas por figuras da alta estação aristocrática. Não ficou claro em que momento o julgamento deverá iniciar, uma vez que o Jorge Augusto deverá antes se licenciar do mandato como senador.
Fontes ouvidas pelo Noviny disseram que no encontro de São Paulo também foram discutidos aspectos acerca do modo como será realizada a homenagem ao falecido imperador que no próximo dia 25 de fevereiro completará um ano. Solenidades no Memorial Imperial Walhalla, na Baviera, e em Thomasstadt são previstas e um cronograma deverá ser oportunamente oferecido.
Chuva de táleres
Königsberg. O príncipe Augustus Heinrich von Vyšehrad, na qualidade de intendente do Margrave de Königsberg, pôs fim ao hiato de anos deixado pelo outrora intendente, o barão Ulrich von Wehlau, no pagamento das anuidades e conseguiu colocar em dia todos os pagamentos de pensões devidas desde 2021 à aristocracia imperial.
Em tempo recorde, com criteriosa observação às reformas normativas realizadas pelo imperador Guilherme III ao longo do tempo, centenas de milhares de táleres foram postos em circulação em favor da alta classe social alemã e as devidas taxas devidas à Coroa Imperial foram recolhidas.
O ato, em si, não significa que a economia do país voltou a funcionar, mas parece ter despertado a ambição naqueles que viram seu saldo bancário inflar rapidamente. Desde o início dos depósitos, o Governo recebeu formulários requisitando a abertura de empresas animados por aqueles interessados em ampliar seus ganhos através da atividade comercial e oferta de serviços. Jogos de azar, confecção de uniformes militares, títulos de crédito, atividade jornalística e serviços advocatícios estão entre as possibilidades que estão circulando pela burocracia imperial.
Até mesmo os espólios do falecido imperador (cerca de 1 milhão e meio de táleres) estão no radar da ânsia pelo vil metal acentuadamente aflorada entre os nobres.